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Ser em Ação

Com muita satisfação, compartilho aqui com vocês a minha tese de doutorado no Programa de Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social da UFRJ: “Ser em ação: Reflexões sobre juventude, comunidade e engajamento a partir da experiência do Gaia Jovem“.

Esta pesquisa parte da constatação de que as instituições e formas políticas de hoje, concebidas por adultos e com base no paradigma da sociedade moderna, parecem não motivar os jovens a se engajarem na política tanto quanto seria esperado. Com a hipótese de que para o jovem se engajar é preciso “fazer sentido”, me interessei em investigar quais aspectos subjetivos, sociais e objetivos estariam relacionados ao engajamento jovem em ações comunitárias.

Para respondê-la, realizei um estudo de caso a partir da experiência concreta de jovens de 18 a 25 anos que participaram do programa Gaia Jovem entre 2013 e 2021, a fim de investigar: (1) suas motivações para se envolver em ações coletivas (como o Gaia, mas não se limitando a ele), (2) de que forma esta experiência proporcionou (ou não) aprendizados e habilidades a respeito de processos coletivos e da vida em sociedade em geral e (3) quais desdobramentos encontra (ou não) em sua vida hoje. Para tal, me apoiei na teoria da Ecologia de Sentidos como referencial teórico para esta investigação, e organizei a análise dos resultados em três categorias: subjetiva, social e objetiva.

O que este estudo nos mostra é que o problema talvez esteja menos no interesse de jovens pela política, e mais na nossa abordagem ao tentar motivá-los ao engajamento. Ao fim da pesquisa, identifiquei estímulos, práticas e ambientes potencializadores da ação coletiva enquanto expressão da subjetividade do indivíduo em objetivação no mundo – o que chamei de “Ser em Ação”.

PALAVRAS CHAVE: Juventudes, Comunidade, Engajamento, Motivação, Processos psicossociais, Produção de sentidos, Gaia, Educação